O filho de uma das vítimas do acidente da Air India, ocorrido no início de junho, afirmou que foram encontrados «restos mortais de outras pessoas» no caixão enviado para o Reino Unido. A colisão do voo com destino a Gatwick provocou 260 mortos poucos minutos após a descolagem de Ahmedabad, no oeste da Índia.
Denúncia de mistura de restos mortais
Miten Patel, cujo pai também faleceu no desastre, relatou que o médico legista britânico identificou fragmentos pertencentes a mais do que uma vítima no caixão da mãe, Shobhana Patel. «Como posso ter a certeza de que não há mais pessoas ali?», questionou, descrevendo o erro como «muito perturbador».
Segundo o jornal Daily Mail, existem pelo menos dois casos de alegada troca de corpos: num deles, toda a urna pertenceria a outra vítima; noutro, vários restos teriam sido colocados na mesma urna.
Resposta das autoridades indianas e britânicas
O Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano garantiu que a identificação foi realizada «de acordo com protocolos estabelecidos» e que todos os restos foram tratados «com o máximo profissionalismo e dignidade». O governo de Nova Deli acrescentou estar «a trabalhar de perto com as autoridades britânicas» para esclarecer as preocupações levantadas.
Em Londres, um porta-voz do governo indicou que a identificação formal compete às autoridades indianas, mas que existe «coordenação contínua» com o estado de Gujarat e com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia para apoiar o processo do legista de Inner West London.
Pressão política e apoio às famílias
Um advogado que representa várias famílias pediu ao primeiro-ministro britânico, Sir Keir Starmer, que leve o tema à reunião com o homólogo indiano, Narendra Modi, agendada para esta semana. «As famílias merecem respostas urgentes sobre o paradeiro dos seus entes queridos», sublinhou.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido afirmou ter atribuído assistentes de caso a quem o solicitou e mantém agentes de ligação familiar disponíveis.
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