A corredora amadora e influenciadora brasileira Noelle Pessoa afirma ter sido agredida física e verbalmente durante um treino de 20 km no Parque Ibirapuera, em São Paulo, a 19 de julho. A administração do parque solicitou que a atleta apresente um boletim de ocorrência para que as imagens de videovigilância possam ser disponibilizadas à Polícia Civil.
Dinâmica do incidente
Segundo a vítima, a agressão ocorreu depois de completar metade da distância prevista. Por recomendação médica, Noelle alterna o sentido da corrida para não sobrecarregar a anca, razão pela qual passou a correr na direção contrária ao fluxo principal. Num dos sectores do percurso, um homem aproximou-se em sentido oposto. A atleta relata que, caso desviasse, teria de invadir uma pista exclusiva para ciclistas, colocando-se em risco. O corredor, porém, manteve a trajectória até colidir intencionalmente, atingindo o maxilar de Noelle com o ombro. A força do impacto fez-lhe temer fraturas dentárias.
Depois da colisão, Noelle decidiu alcançar o agressor para exigir explicações. Empurrou-o pelas costas, momento em que o homem tentou desferir-lhe um estalo, mas falhou. A discussão só terminou quando outras pessoas intervieram.
Repercussão nas redes sociais
Com 45,6 mil seguidores no Instagram, Noelle publicou relatos e fotografias do incidente em 2 de agosto. A partilha desencadeou dezenas de mensagens de mulheres que alegam ter passado por situações semelhantes no Ibirapuera. Uma seguidora enviou imagem do rosto com hematoma, afirmando ter sido vítima de uma ombrada dias antes do aniversário, facto que a afastou temporariamente do parque e a fez evitar treinar sozinha.
“Infelizmente, não fui a primeira e, pelo que vejo, nem a última”, comentou Noelle, sublinhando a frequência de relatos recebidos após a exposição do caso.
Próximos passos legais
A administração do Ibirapuera condicionou o acesso às gravações de segurança ao registo formal da queixa junto da Polícia Civil. Noelle informou que pretende apresentar o boletim nos próximos dias. Com o processo aberto, as autoridades deverão identificar o suspeito e avançar com um inquérito por agressão.

Imagem: metropoles.com
Os dados mais recentes da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo revelam 101 mil boletins de ocorrência por violência contra mulheres em 2023, média de 357 casos por dia. A legislação brasileira prevê responsabilização criminal para agressões físicas, independentemente de resultarem em lesão corporal grave.
Contexto e medidas de prevenção
O Parque Ibirapuera é um dos espaços de lazer mais frequentados da capital paulista, recebendo milhares de praticantes de corrida e ciclismo diariamente. Apesar da presença de vigilantes e de câmaras distribuídas pelo recinto, utilizadores queixam-se de falhas na fiscalização de comportamentos agressivos, sobretudo em horários de maior movimento.
A administração local recomendou que vítimas de qualquer tipo de violência registem ocorrência imediatamente, permitindo o cruzamento de imagens e depoimentos para agilizar a identificação de suspeitos. Entidades ligadas ao desporto e à defesa dos direitos das mulheres defendem campanhas de sensibilização e reforço da segurança em parques urbanos.
Com o caso ainda em fase de formalização, a corredora aguarda acesso às gravações que possam confirmar a agressão e sustentar o processo criminal. O episódio reacende o debate sobre a segurança de espaços públicos e destaca a importância de denúncias para travar comportamentos violentos contra mulheres durante a prática desportiva.

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