Aliados de Israel denunciam crimes de guerra e pressionam por cessar-fogo em Gaza

Governos que inicialmente apoiaram Israel após o ataque de 7 de Outubro de 2023 afirmam agora dispor de provas consistentes de crimes de guerra cometidos pelas Forças de Defesa israelitas em Gaza. A deterioração da situação humanitária e a escalada de destruição na Faixa estão no centro das críticas.

Declaração conjunta multiplica pressão internacional

Em 21 de julho, os ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, de vários Estados da União Europeia, do Canadá, da Austrália, da Nova Zelândia e do Japão divulgaram uma declaração que condena a estratégia israelita de distribuição de ajuda. Segundo o texto, o modelo imposto por Telavive «alimenta a instabilidade» e «nega dignidade» à população de Gaza. O documento sublinha ainda que mais de 800 palestinianos foram mortos enquanto tentavam obter água e alimentos.

O Governo britânico reforçou a posição através do ministro David Lammy, que repetiu no Parlamento a necessidade de Israel cumprir o direito internacional humanitário. Vários deputados do Partido Trabalhista exigem, contudo, ações adicionais, incluindo o reconhecimento formal de um Estado palestiniano — medida já tomada pela maioria dos membros das Nações Unidas.

Acusações também abrangem Hamas e liderança israelita

Fontes internacionais recordam que o Hamas cometeu crimes de guerra no ataque de 7 de Outubro, onde morreram 1 200 pessoas, na maioria civis israelitas, e foram capturados 251 reféns. Porém, os mesmos interlocutores observam que, desde então, Israel é acusado de matar «dezenas de milhares» de civis, destruir localidades inteiras e provocar fome generalizada.

O Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de detenção contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o antigo ministro da Defesa, ambos negando as acusações. Paralelamente, o Tribunal Internacional de Justiça analisa denúncias de genocídio apresentadas contra Israel, alegações rejeitadas por Telavive.

Contexto político interno condiciona negociações

A poucos dias do início do recesso de verão da Knesset, Netanyahu enfrenta pressão de fações nacionalistas que ameaçam derrubar o executivo caso avance para um cessar-fogo. A eventual queda do governo abriria caminho tanto a um inquérito às falhas de 7 de Outubro como à aceleração do processo de corrupção que envolve o primeiro-ministro.

Apesar das tensões, observadores internacionais veem sinais de que um cessar-fogo possa estar mais próximo, cenário que permitiria salvar vidas civis em Gaza e aumentar as hipóteses de libertação dos reféns ainda detidos pelo Hamas.

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