Bryan Kohberger assume culpa pelo homicídio de quatro estudantes e evita pena de morte

Bryan Kohberger, 30 anos, declarou-se culpado dos homicídios de Kaylee Goncalves, Madison Mogen, Xana Kernodle e Ethan Chapin, ocorridos a 13 de novembro de 2022 numa residência universitária em Moscow, Idaho. O acordo com a acusação afasta a possibilidade de pena de morte e encerra um caso que mobilizou a opinião pública norte-americana durante quase dois anos.

Confissão muda rumo do julgamento

A mudança de estratégia aconteceu a poucas semanas do início do julgamento. Desde a detenção, em 30 de dezembro de 2022, Kohberger mantinha-se inocente. A admissão de culpa surpreendeu familiares das vítimas, que recebem a decisão com alívio por evitar um processo longo, mas lamentam a ausência de respostas sobre o motivo dos crimes.

Investigação baseou-se em ADN e registos telefónicos

O avanço da investigação resultou da conjugação de vários elementos: uma viatura Hyundai Elantra filmada perto do local, registos de telemóvel que posicionavam o suspeito na zona antes e depois dos crimes e, sobretudo, vestígios de ADN num estojo de faca encontrado na cena. A correspondência genética foi confirmada através de amostras recolhidas no lixo da casa da família de Kohberger, na Pensilvânia, onde foi detido.

Impacto na comunidade e nas famílias

A comunidade universitária viveu semanas de insegurança até à detenção. A cobertura mediática e a atuação de investigadores amadores nas redes sociais geraram especulação e pressionaram as autoridades. Um ano após o crime, a Universidade do Idaho demoliu a casa onde ocorreram os homicídios, classificando-a como um “lembrete sombrio”. No campus permanece um memorial com os nomes dos quatro estudantes, iluminado durante a noite.

Próximos passos legais

Com a confissão, o processo avança para a fase de sentença. A juíza Steven Hippler levantou a ordem de silêncio que vigorava, sublinhando o interesse público no acesso à informação. Apesar da condenação iminente, persistem dúvidas sobre o motivo que levou Kohberger, doutorando em criminologia, a planear e executar os assassinatos.

Para as famílias, o desfecho judicial representa o fim de um capítulo, mas não traz explicação para a perda. Enquanto alguns consideram o acordo “um pacto com o diabo”, outros veem na confissão uma oportunidade de encerrar um período de sofrimento prolongado.

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