Mark Carney acusa Israel de violar direito internacional e exige cessar-fogo em Gaza

Quem: Primeiro-ministro canadiano Mark Carney, governantes de França, Reino Unido e Alemanha, líderes israelitas e palestinianos.

Acusações canadianas e apelo a ajuda humanitária

Numa publicação na rede X, na quinta-feira, Mark Carney afirmou que o bloqueio de ajuda humanitária em Gaza constitui uma violação do direito internacional por parte de Israel. O chefe de governo defendeu a substituição do controlo israelita por um mecanismo gerido por organizações internacionais e solicitou um cessar-fogo imediato, negociado «de boa-fé» por todas as partes. Carney reiterou ainda a exigência de libertação dos reféns detidos pelo Hamas e o respeito pela integridade territorial da Cisjordânia e de Gaza.

Em paralelo, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Anita Anand, declarou na mesma plataforma que a falta de alimentos e água para civis, sobretudo mulheres e crianças, é «inexcusável» e apelou a um fluxo «sem entraves» de ajuda. Anand participará na próxima semana numa conferência das Nações Unidas em Nova Iorque dedicada à solução de dois Estados.

Movimentos políticos em Israel e reacções internacionais

Na quarta-feira, o parlamento israelita aprovou uma moção simbólica a favor da anexação da Cisjordânia, decisão que, segundo observadores internacionais, inviabilizaria a criação de um Estado palestiniano viável. O Centro para Assuntos Judaicos e Israelitas reagiu afirmando que o Hamas rejeita qualquer acordo de cessar-fogo para manter o poder a «qualquer custo».

No mesmo dia, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou que a França reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral da ONU em setembro, tornando-se a maior potência ocidental a fazê-lo. A decisão visa aumentar a pressão diplomática para travar o conflito e aliviar a crise humanitária em Gaza.

Apoio europeu a uma solução de dois Estados

O primeiro-ministro britânico Keir Starmer defendeu que o reconhecimento da Palestina deve integrar um plano mais amplo que garanta segurança duradoura a israelitas e palestinianos. Por sua vez, os líderes de França, Reino Unido e Alemanha (grupo E3) divulgaram uma posição conjunta a favor de um cessar-fogo imediato e contra qualquer tentativa de impor soberania israelita sobre territórios ocupados.

Mais de duas dezenas de países, incluindo Canadá, Japão e Austrália, já subscreveram pedidos semelhantes de fim das hostilidades. Segundo dados da ONU, mais de 140 Estados reconhecem atualmente a Palestina.

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