Cheiro forte leva britânico a diagnosticar tumor cerebral e reforça atenção a sinais precoces

Sam Suriakumar, músico britânico de 40 anos, recebeu um diagnóstico de tumor cerebral depois de sentir repetidamente um odor semelhante a lixívia ou amoníaco. O caso, confirmado no Reino Unido, mostra como sintomas pouco usuais podem ser decisivos para a deteção precoce da doença.

Sinal inesperado e primeiro episódio de convulsão

O alerta surgiu quando Suriakumar identificou, em casa, um cheiro intenso a produtos de limpeza. A sensação foi acompanhada de tonturas, obrigando-o a apoiar-se na parede. No dia seguinte, enquanto corria ao ar livre, o mesmo odor regressou, desta vez combinado com nova perda de equilíbrio.

Horas depois, durante o percurso de metro de regresso, o britânico sofreu uma convulsão tónico-clónica. Socorrido por passageiros e transportado de ambulância, teve mais duas crises no trajecto até ao hospital, onde só recuperou a consciência dois dias depois. Uma tomografia computadorizada revelou uma massa no hemisfério esquerdo do cérebro, apontando para a presença de um tumor.

Monitorização inicial e vida ativa

Face à localização da massa e aos riscos de lesão em áreas funcionais vitais, a equipa médica optou inicialmente por não intervir cirurgicamente. O plano passou por controlar sintomas e acompanhar a evolução do tumor através de exames periódicos.

Com a situação estabilizada, Suriakumar manteve a prática desportiva e participou na Maratona de Londres de 2023, iniciativa em que também angariou donativos para a Brain Tumour Research. Durante esta fase, tornou-se embaixador da organização, reforçando o apelo ao financiamento de investigação em tumores cerebrais.

Crescimento do tumor e cirurgia parcial

Em julho do mesmo ano, quando se encontrava no Brasil para um casamento, o músico recebeu uma chamada do neurocirurgião a comunicar que exames recentes indicavam crescimento do tumor. De regresso ao Reino Unido, foi submetido a uma intervenção para remover parte da lesão, procedimento que confirmou o diagnóstico de oligodendroglioma difuso — geralmente benigno, mas com potencial de transformação maligna.

Duas semanas após a operação, iniciou 30 sessões de radioterapia, concluídas em setembro. Terminado o ciclo, retomou atividades físicas e participou numa prova de resistência na Bélgica. Atualmente, realiza avaliações semestrais para monitorizar eventuais alterações.

Sintomas habituais de tumores cerebrais

A experiência de Suriakumar destaca a diversidade de sinais que podem indicar a presença de uma neoplasia cerebral. Entre os mais relatados encontram-se dores de cabeça persistentes, alterações visuais, convulsões, problemas de equilíbrio, mudanças de humor ou personalidade, além de dificuldades de fala e memória. O aparecimento de cheiros inexistentes, embora menos comum, pode ser outro indício a considerar.

Segundo dados citados pelo paciente, os tumores cerebrais constituem a principal causa de morte entre crianças e adultos com menos de 40 anos no Reino Unido. Para Suriakumar, atingir essa idade com a doença controlada representou uma meta pessoal: «O cérebro comunica com todas as partes do corpo; manter uma atitude positiva é fundamental durante o tratamento», afirmou.

Deixe uma resposta