Defesa de co-acusado de Oruam contesta prisão e aponta falhas em investigação

Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira, arguido no mesmo processo que envolve o rapper Oruam por dupla tentativa de homicídio, permanece em paradeiro desconhecido desde que a Justiça fluminense decretou a sua prisão preventiva, na quarta-feira, 30 de agosto. A defesa alega que a medida é ilegal e adianta que o jovem não pretende apresentar-se às autoridades.

Mandado de detenção em causa

A advogada Flávia Fróes classificou o mandado como «infundado», sustentando que o cliente se encontrava rendido quando ocorreram os factos de 21 de julho, no bairro do Joá, zona oeste do Rio de Janeiro. Nesse dia, agentes da Polícia Civil deslocaram-se à residência de Oruam para apreender um adolescente suspeito de roubos de automóveis.

Segundo o inquérito, o grupo abordado, onde se incluía Vieira, foi encostado a um muro para revista por volta das 23h30. Imagens de videovigilância mostram o arguido, identificado pelo cabelo vermelho e bermuda branca, nessa posição. Momentos depois, pedras começaram a ser lançadas do primeiro andar da casa contra o delegado Moyses Santana e um oficial de cartório.

Confronto de versões sobre o ataque

Os investigadores afirmam que Vieira participou no arremesso de projécteis, entre os quais uma pedra de 4,8 quilos que, segundo perícia, tinha potencial letal. A defesa refuta a acusação, insistindo que os objectos partiram de um piso superior ao qual o cliente não tinha acesso no momento da agressão.

«Não pode ser responsabilizado pelos actos de terceiros nem pelos antecedentes do pai», frisou a advogada, numa referência a William Rodrigues Vieira, conhecido como “Robocop”. Detido em 2009 por alegada liderança do tráfico no Morro do Borel, “Robocop” teria deixado a actividade criminosa, de acordo com a própria polícia.

Flávia Fróes anunciou ainda a intenção de processar o delegado Moyses Santana e o oficial de cartório por alegada falsa declaração, garantindo ter interposto pedido de habeas corpus para revogar a prisão preventiva.

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Imagem: noticiasaominuto.com.br

Situação do rapper Oruam

Oruam, também acusado de tentativa de homicídio no mesmo processo, encontra-se detido no Complexo Penitenciário de Bangu. Contra o artista pesam ainda suspeitas de associação e tráfico de drogas, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal. A representação legal do rapper nega todas as imputações.

Durante o incidente de julho, o adolescente procurado conseguiu fugir após o início do lançamento das pedras. A investigação prossegue, mas a divergência entre os depoimentos policiais e a versão da defesa mantém o caso em aberto quanto ao efectivo envolvimento de Willyam Vieira no ataque.

Até ao momento, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro não se pronunciou sobre o pedido de revogação da prisão preventiva. Sem acordo entre as partes, a discussão deverá avançar para instâncias superiores, enquanto Vieira continua foragido.

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