Um estudo publicado na revista Nature Medicine associa fatores sociais e políticos ao ritmo de envelhecimento cerebral. A análise abrangeu 161 981 adultos de 40 países, incluindo Portugal e Brasil, e contou com 41 investigadores.
IA identifica discrepância entre idade real e biológica
Os cientistas recorreram a modelos de inteligência artificial e a técnicas de epidemiologia para calcular as lacunas de idade biocomportamental (BBAGs). O indicador compara a idade cronológica com uma estimativa derivada de variáveis como saúde geral, cognição, escolaridade, funcionalidade e fatores de risco, entre eles doenças cardiovasculares e perdas sensoriais.
Concluiu-se que o contexto externo pode acelerar o envelhecimento do cérebro de forma significativa, indo além de componentes genéticos ou de estilo de vida.
Renda baixa, poluição e instabilidade política entre os principais riscos
Viver em regiões com menor rendimento, má qualidade do ar, desigualdade de género e acesso limitado a direitos políticos surge como elemento determinante para BBAGs mais elevadas. A ausência de representação política, restrições eleitorais e regimes democráticos frágeis agravam esse efeito.
Países com índices elevados de corrupção e pouca transparência exibem níveis superiores de envelhecimento acelerado, enquanto a confiança nas instituições atua como fator de proteção. Segundo os autores, a exposição continuada a governação instável pode induzir stress crónico, afetando progressivamente a saúde cardiovascular e as funções cognitivas.
Panorama global apresenta fortes contrastes
França, Suíça, Alemanha, China, Coreia do Sul, Israel e Índia registaram as BBAGs mais baixas, indicando envelhecimento cerebral mais lento. Na outra ponta, Egito e África do Sul lideram os casos de aceleração. O Brasil situa-se na média mundial.
Os investigadores alertam que BBAGs elevadas antecipam declínios cognitivos e funcionais, aumentando o risco de perda de autonomia e de deterioração da memória ao longo do tempo.

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