A dificuldade em cumprir prazos ou concluir tarefas pode ter origens distintas. A psicóloga Dora Teixeira Diamantino, coordenadora do curso de Psicologia da Unime Lauro de Freitas, explica que nem sempre o problema está ligado à gestão de tempo: em muitos casos, trata-se de uma questão emocional que exige abordagens específicas.
Diferenças essenciais entre procrastinação e preguiça
Segundo a especialista, procrastinação é o adiamento deliberado de actividades relevantes, normalmente associadas a metas ou prazos. O comportamento caracteriza-se por um conflito interno: a pessoa reconhece a importância da tarefa, mas opta por adiar a sua execução, procurando recompensas imediatas. Esse adiamento costuma gerar sentimentos de culpa, ansiedade e frustração.
Preguiça, por outro lado, refere-se a uma falta geral de motivação ou energia para qualquer actividade, independentemente da sua urgência. O desinteresse estende-se mesmo a tarefas rotineiras, e a preferência pela inactividade prevalece. Aqui, os sentimentos de culpa tendem a ser menos intensos, porque não há a mesma percepção de obrigação.
Impacto na saúde mental e nos relacionamentos
Quando o adiamento se prolonga, os efeitos podem ser significativos. A acumulação de responsabilidades aumenta a sensação de sobrecarga, favorecendo níveis de stress e ansiedade que prejudicam o desempenho académico, profissional e pessoal. Além disso, compromissos não cumpridos afectam a confiança em contextos familiares, sociais e laborais, minando a autoestima e a sensação de controlo sobre a própria vida.
Estratégias recomendadas por especialistas
A primeira etapa consiste em identificar se o comportamento observado corresponde a procrastinação ou a preguiça. A partir daí, a psicóloga sugere abordagens distintas:
Para combater a procrastinação, recomenda-se:

Imagem: noticiasaominuto.com.br
- Estabelecer metas claras, dividindo projectos extensos em etapas menores para tornar o processo mais manejável;
- Aplicar a técnica Pomodoro — blocos de trabalho concentrado, intercalados com pausas curtas — para reduzir a ansiedade e aumentar a produtividade;
- Priorizar tarefas que ofereçam benefícios a longo prazo, reforçando a recompensa futura em detrimento da gratificação imediata.
Para superar a preguiça, as orientações passam por:
- Incorporar exercícios físicos à rotina diária, estimulando energia e disposição;
- Encontrar actividades que despertem interesse pessoal, contribuindo para reactivar a motivação interna;
- Definir horários fixos para acordar, trabalhar e descansar, criando um padrão que favoreça a disciplina.
Quando procurar apoio profissional
Caso os comportamentos persistam e comprometam a qualidade de vida, a procura de acompanhamento psicológico é aconselhável. O profissional ajuda a identificar causas emocionais subjacentes, trabalhar crenças limitadoras e desenvolver técnicas de autorregulação adaptadas a cada pessoa.
A especialista sublinha que compreender a natureza do problema é fundamental para aplicar a estratégia correcta. A partir dessa consciência, torna-se possível reduzir o adiamento de tarefas, optimizar o tempo e preservar o bem-estar mental.

Olá! Meu nome é Zaira Silva e sou a mente inquieta por trás do soumuitocurioso.com.
Sempre fui movida por perguntas. Desde pequena, queria saber como as coisas funcionavam, por que o céu muda de cor, o que está por trás das notícias que vemos todos os dias, ou como a tecnologia está transformando o mundo em silêncio, aos poucos. Essa curiosidade virou meu combustível — e hoje, virou um blog inteiro.