Estados Unidos impõem tarifa de 25% sobre importações indianas a partir de 1 de agosto

O ex-Presidente norte-americano Donald Trump anunciou que os Estados Unidos aplicarão uma tarifa de 25 % a todos os bens provenientes da Índia a partir de 1 de agosto.

Tarifa entra em vigor já em agosto

De acordo com uma publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que Nova Deli enfrentará ainda uma penalização adicional na mesma data, sem especificar o montante nem as condições. O ex-chefe de Estado justificou a medida com as «tarifas demasiado elevadas» praticadas pela Índia e com as «barreiras não-tarifárias rígidas» que, na sua ótica, limitam o acesso de produtos norte-americanos ao mercado indiano.

O Ministério do Comércio indiano, responsável pelas negociações com Washington, não apresentou comentários imediatos.

Impacto esperado no comércio bilateral

As novas taxas podem afetar exportações indianas estimadas em 87 mil milhões de dólares em 2024, incluindo têxteis, produtos farmacêuticos, joalharia e petroquímicos. Os Estados Unidos registam atualmente um défice comercial de 45,7 mil milhões de dólares com a Índia.

O anúncio surge após vários meses de conversações que procuravam um acordo comercial limitado. As discussões centravam-se sobretudo na abertura do mercado indiano a produtos agrícolas e lácteos norte-americanos, áreas onde os negociadores de Nova Deli se mostraram relutantes por receios quanto ao sustento de milhões de agricultores.

Contexto das relações económicas

Washington tem criticado as taxas indianas sobre bens agrícolas, que rondam em média 39 % e podem subir para 50 % em produtos como maçãs ou milho. Em contrapartida, Trump pretende reforçar a doutrina comercial «Liberation Day», que exige maior reciprocidade nas trocas internacionais.

Antes da medida agora anunciada, Trump e o primeiro-ministro Narendra Modi tinham estabelecido como meta concluir a primeira fase de um acordo até outono de 2025 e ampliar o comércio bilateral para 500 mil milhões de dólares até 2030, face aos 191 mil milhões registados em 2024.

Caso a Índia opte por retaliar, exportações norte-americanas avaliadas em cerca de 42 mil milhões de dólares, incluindo equipamentos industriais e energia (GNL, petróleo bruto e carvão), poderão ser alvo de contramedidas.

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