EUA querem deportar Kilmar Ábrego García para Uganda
EUA querem deportar Kilmar Ábrego García para Uganda
EUA querem deportar Kilmar Ábrego García para Uganda depois que o salvadorenho recusou um acordo que previa confissão de culpa por tráfico de pessoas em troca de deportação para a Costa Rica, segundo seus advogados.
EUA querem deportar Kilmar Ábrego García para Uganda
Menos de 24 horas após deixar um presídio federal no Tennessee, Kilmar Ábrego García foi notificado de que poderá ser removido para Uganda — país com o qual não possui vínculo conhecido. A informação consta de petição apresentada por sua defesa, que acusa Departamento de Justiça (DOJ), Departamento de Segurança Interna (DHS) e Imigração e Alfândega (ICE) de “usar o poder conjunto para forçar” o réu a escolher entre “culpa seguida de segurança relativa ou envio a Uganda, onde sua liberdade estaria ameaçada”.
Ábrego García, de nacionalidade salvadorenha, foi deportado por engano a El Salvador em março, durante o governo Donald Trump, e retornou aos Estados Unidos em junho para responder a acusações de participação em esquema de smuggling. Ele nega qualquer ligação com a gangue MS-13. Em junho, um juiz do Tennessee autorizou sua liberação, mas o próprio time jurídico temia nova deportação imediata, o que de fato se confirmou após a saída da prisão na última sexta-feira.
Na quinta-feira, promotores ofereceram que ele admitisse culpa e fosse encaminhado à Costa Rica, onde o governo local se prontificou a acolhê-lo como refugiado, segundo carta diplomática anexada ao processo. A proposta foi rejeitada. Na sequência, surgiu o plano de enviá-lo a Uganda, um dos países que mantêm acordos bilaterais de deportação assinados pelos EUA para conter a imigração irregular, conforme documentos obtidos pela BBC News.
De acordo com comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Uganda, o pacto prevê receber apenas pessoas sem antecedentes criminais ou menores desacompanhados, dando preferência a cidadãos africanos. A audiência que analisará o pedido de deportação ocorrerá nesta segunda-feira, em Baltimore. Caso o magistrado concorde, Ábrego García poderá ser removido em poucos dias.
Imagem: Internet
A defesa argumenta que a medida configura retaliação por ele ter recusado o acordo de confissão. Enquanto aguarda a decisão, Ábrego García permanece com a família em Maryland e mantém a alegação de inocência em todas as acusações.
O caso se tornou emblemático na ofensiva migratória da gestão Trump e evidencia as estratégias mais recentes de deportação adotadas por Washington. Para acompanhar outros desdobramentos internacionais, visite nossa editoria Notícias Brasil e Mundo.
Crédito da imagem: Reuters
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