O longa-metragem “Uma Mulher Comum”, produção original da Indonésia, entrou diretamente para o Top 10 da Netflix e mantém-se entre os títulos mais vistos desde a estreia.
Enredo centra-se numa crise de identidade
A narrativa acompanha Milla, mulher de quase 40 anos inserida na elite de Jacarta. A rotina altera-se quando a filha, Angel, manifesta vontade de submeter-se a cirurgia plástica após ser alvo de comentários sobre a aparência. A mãe recusa a ideia, conflito que coincide com o aparecimento de uma erupção cutânea persistente em Milla.
Os sintomas agravam-se: coceira generalizada, vómitos de fragmentos de vidro e visões de uma jovem com o rosto desfigurado, identificada como Grace. Médicos atribuem o quadro a causas psicológicas, enquanto a família reage restringindo a liberdade da protagonista.
Revelação final redefine o passado da personagem
À medida que o estado clínico se deteriora, Milla descobre, através de recordações e documentos, que Grace era o seu nome de infância. Um acidente com um espelho deixara-lhe uma cicatriz profunda, levando a mãe a impor cirurgia plástica e a substituir a identidade da filha com o objectivo de ascender socialmente.
No clímax, Milla tenta abandonar a mansão e regressar ao vilarejo natal, cena apresentada de forma ambígua: as imagens alternam entre a fuga num camião e a personagem inconsciente, sem confirmação explícita sobre qual versão corresponde à realidade. A cicatriz entretanto visível sugere que parte dos acontecimentos ocorreu fora das alucinações.

Imagem: tecmundo.com.br
Crítica ao padrão de beleza imposto às mulheres
O filme coloca em primeiro plano a pressão social exercida sobre a aparência feminina, retratando a transformação física de Milla como instrumento de mobilidade económica. A perda de memória e os sintomas físicos funcionam como metáfora para a supressão da identidade original em prol de expectativas externas.
“Uma Mulher Comum” está disponível no catálogo global da Netflix.

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