Fome em Gaza: mães relatam crianças sem frutas há meses
Fome em Gaza: mães relatam crianças sem frutas há meses
Fome em Gaza: mães relatam crianças sem frutas há meses é a realidade descrita por moradores da Faixa de Gaza após a confirmação, pela classificação de segurança alimentar da ONU, de que há fome “totalmente provocada pelo homem” na região.
Fome em Gaza: mães relatam crianças sem frutas há meses
A palestina Reem Tawfiq Khader, 41 anos, mãe de cinco filhos, contou que a família está há cinco meses sem ingerir qualquer proteína. Seu caçula, de apenas quatro anos, “não sabe como são frutas ou verduras”. O relato ganhou força após o relatório da ONU alertar que mais de 500 mil pessoas em Gaza enfrentam condições “catastróficas” de fome, caracterizadas por inanição e risco de morte iminente.
A escassez de alimentos também afetou Rajaa Talbeh, 47, que perdeu 25 kg desde que deixou o bairro Zeitoun, em Gaza City, para viver em uma tenda improvisada. Portadora de intolerância a glúten, ela não encontra produtos adequados e afirma não ter recursos para comprá-los quando aparecem. “Não basta o bombardeio diário e o deslocamento; agora temos a fome”, disse.
Casos de desnutrição infantil se multiplicam. Lamia, de cinco anos, passou de 19 kg para 10,5 kg, segundo a mãe, Rida Hijeh, 29. A menina apresenta inchaço nas pernas e queda de cabelo. “Os médicos confirmaram desnutrição, mas não há tratamento”, declarou. Levantamento do Ministério da Saúde administrado pelo Hamas atribui 271 mortes, incluindo 112 crianças, à fome e à subnutrição desde outubro de 2023.
Enquanto isso, Israel nega restringir a entrada de ajuda e contesta a existência de fome. As Forças de Defesa de Israel organizam lançamentos aéreos de suprimentos, mas agências humanitárias consideram a medida “distração grotesca” diante da necessidade de corredores terrestres regulares.
O conflito já deixou mais de 62 mil mortos em Gaza, segundo autoridades locais, desde a ofensiva israelense lançada após o ataque do Hamas em 7 de outubro, que matou 1.200 israelenses e resultou em 251 sequestrados.
Imagem: Internet
Aseel, moradora de Gaza City, relata ter gasto quase todas as economias para comprar itens básicos. Ela pesa hoje 46 kg, contra 56 kg antes da guerra, e procura sem sucesso fórmulas infantis acessíveis para o sobrinho recém-nascido. “Vivemos dia após dia, sem estoque para uma semana sequer”, concluiu.
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Crédito da imagem: Anadolu via Getty Images
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