Grupos de jogadores, criadores independentes e artistas iniciaram uma campanha coordenada contra os principais processadores de pagamento depois de várias plataformas digitais terem limitado ou ocultado jogos com temática adulta.
Protesto organizado nas redes
A mobilização reúne utilizadores de fóruns e redes sociais que compilam números de telefone de serviços de apoio ao cliente da Visa, Mastercard, PayPal e Stripe. Os participantes são incentivados a ligar para esses serviços, em vez de enviar mensagens eletrónicas, de forma a manifestar descontentamento com a pressão que levou à exclusão ou à desindexação massiva de títulos na Steam e no itch.io. Os organizadores sublinham que as chamadas devem permanecer cordiais, evitando ameaças ou linguagem agressiva.
Origem da controvérsia
O conflito ganhou força em março, quando organizações conservadoras denunciaram o jogo No Mercy por conter violência sexual explícita. Embora o título tenha sido retirado rapidamente, o grupo australiano Collective Shout passou a apontar outros jogos que, no seu entender, promovem conteúdos ilegais ou não consensuais. Ao alegar que a Steam ignorou os pedidos iniciais, o coletivo recorreu às empresas de pagamento para travar transações ligadas a esses títulos.
Papel crítico das empresas de pagamento
Sem alternativas de processamento financeiro, plataformas digitais enfrentam risco de perda de receita, o que as leva a rever diretrizes de publicação. A Valve, proprietária da Steam, atualizou as regras para conteúdos adultos, enquanto o itch.io retirou temporariamente da pesquisa todo o material marcado como “NSFW” e iniciou uma auditoria interna. Desenvolvedores independentes, muitos deles dependentes de um único projeto para subsistência, relatam que a decisão afeta vendas e visibilidade.

Imagem: tecmundo.com.br
Resposta corporativa
Numa resposta enviada a consumidores, a Visa afirma não fazer “julgamentos morais” sobre compras legais, mas lembra que proíbe atividades ilícitas e exige salvaguardas adicionais quando identifica risco elevado. A empresa acrescenta que não supervisiona diretamente o conteúdo comercializado, limitando-se a processar transações.
Enquanto as plataformas reavaliam catálogos e as companhias de cartões mantêm a posição, os protestos continuam. Criadores pedem critérios transparentes que distingam material criminal de obras voltadas para públicos adultos, defendendo que a atual abordagem ameaça a diversidade de expressões artísticas nos videojogos.

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