Dean Dunphy, de 33 anos, morreu a 21 de maio, apenas três dias depois de oficializar o casamento com Michaela, 31 anos, numa cerimónia íntima em Dublin. O irlandês enfrentava um glioblastoma em estádio 4, considerado o tumor cerebral mais agressivo e com baixíssimas probabilidades de cura.
Sintomas persistentes levaram ao diagnóstico
Dunphy tinha historial de enxaquecas desde a infância. Em junho de 2023, a situação agravou-se quando, a conduzir, sofreu espasmos musculares e foi forçado a interromper a marcha. Os primeiros exames sugeriram paralisia de Bell, hipótese que acabou por ser descartada. Dias depois, novas análises revelaram uma alteração no cérebro que exigia investigação aprofundada.
A 24 de agosto, data coincidente com o 30.º aniversário de Michaela, Dean foi submetido a uma intervenção cirúrgica de sete horas para remover tecido suspeito. A biópsia confirmou o pior cenário: glioblastoma em estádio 4. Uma segunda operação procurou extrair mais tecido, seguindo-se sessões de quimioterapia e radioterapia que, ainda assim, não travaram a progressão da doença.
Cerimónia antecipada para aproveitar o tempo restante
Perante o prognóstico reservado, o casal — que já partilhava uma relação de vários anos e a filha Sloane, agora com quatro — decidiu não adiar planos de vida. Recorreu ao tribunal para abreviar a burocracia do casamento civil e marcou a celebração para 18 de maio, no jardim da casa da mãe de Michaela, em Dublin. Familiares e amigos testemunharam a troca de votos, descrita por Michaela como “uma cerimónia feita à nossa medida”.
Dois dias antes da festa, os médicos ponderavam uma terceira cirurgia, notícia recebida pelo casal como sinal de esperança. A possibilidade acabou afastada quando novos exames mostraram progressão rápida do tumor.
Últimos dias e despedida
Na noite do casamento, Dean sofreu várias convulsões e foi transportado para o hospital. A equipa clínica concluiu que já não havia margem para tratamentos cirúrgicos adicionais e estimou que o doente teria apenas alguns dias de vida. Familiares foram chamados para se despedirem. A 21 de maio, Dean morreu nos braços da mulher, que escutou o último batimento cardíaco do marido.

Imagem: metropoles.com
O funeral realizou-se três dias depois. Numa mensagem divulgada nas redes sociais, Michaela declarou ter prometido continuar a falar sobre o glioblastoma e a necessidade de investigação na área, intenção que pretende materializar através da criação de uma instituição em memória de Dean. Segundo a viúva, a iniciativa tem também o propósito de deixar à filha um legado do pai.
O que é o glioblastoma
O glioblastoma corresponde a cerca de metade dos tumores cerebrais malignos diagnosticados em adultos. Caracteriza-se por crescimento rápido, tendência para infiltrar o tecido circundante e elevada taxa de recidiva. Os sintomas variam consoante a zona afetada, mas incluem dores de cabeça persistentes, náuseas sem causa aparente, convulsões em pessoas sem historial, alterações de visão, fala ou equilíbrio, bem como défices cognitivos ou motores.
O tratamento combina cirurgia, radioterapia e quimioterapia, embora a sobrevivência média se situe entre 12 e 18 meses após o diagnóstico em estádio avançado. Investigadores testam novas abordagens, como terapias direcionadas e imunoterapia, mas a ausência de cura efetiva mantém o prognóstico reservado.
A história de Dean Dunphy junta-se a muitas outras que sublinham a urgência de avanços científicos no combate a tumores cerebrais agressivos. Enquanto isso, famílias como a de Michaela e Sloane enfrentam a perda precoce e mobilizam-se para dar visibilidade à doença.

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