Analista indica iPhone dobrável ao mesmo preço do Galaxy Z Fold 7

O primeiro iPhone com ecrã dobrável deverá chegar ao mercado em 2026 com um preço de cerca de 2 000 dólares, valor idêntico ao praticado pela Samsung no lançamento do Galaxy Z Fold 7. A estimativa foi avançada por Samik Chatterjee, analista do banco de investimento JPMorgan, numa nota enviada a investidores.

Preço previsto alinha estratégia da Apple com a rival sul-coreana

Até agora, algumas projeções apontavam para um custo inicial próximo dos 2 200 dólares, o que posicionaria o dispositivo como um dos smartphones mais caros do segmento. A nova avaliação reduz essa fasquia em 200 dólares e sugere que a Apple pretende igualar a oferta da Samsung logo à entrada no mercado.

O valor de lançamento será determinante para aferir a postura da empresa de Cupertino. Caso se confirme, a marca poderá procurar captar utilizadores que já ponderam equipamentos dobráveis, evitando um diferencial de preço que favoreça concorrentes consolidados. Por outro lado, a manutenção de uma etiqueta premium, ainda que equiparada ao Z Fold 7 da Samsung, continuará a situar o produto numa faixa elevada do mercado de smartphones.

Formato de dobra vertical e ecrã externo em linha com os principais concorrentes

De acordo com as informações partilhadas pelo analista, o iPhone dobrável deverá adoptar o formato de dobra vertical em estilo “livro”, combinação popularizada pelo Galaxy Z Fold. Espera-se a integração de um ecrã externo para interacções rápidas, acompanhado por um painel interno de maiores dimensões destinado a tarefas de produtividade, consumo multimédia e jogos.

A transição para um design com componentes móveis representa um desafio adicional para a Apple, que até agora se manteve fora do segmento de equipamentos flexíveis. Dobráveis exigem sistemas de dobradiça robustos, ecrãs mais resistentes a vincos e optimizações de software que explorem os diferentes modos de utilização. A experiência acumulada por marcas que já lançaram diversas gerações neste formato poderá conferir-lhes alguma vantagem inicial.

Chegada prevista para setembro de 2026

Chatterjee antecipa que a apresentação oficial ocorra em setembro de 2026, período tradicionalmente reservado à renovação da linha iPhone. A escolha dessa janela garantirá à Apple um calendário familiar ao seu público, permitindo simultaneamente alinhar cadeias de produção e parceiros de fornecimento para a nova categoria de hardware.

Mesmo com a previsão para 2026, a competição no segmento continua a intensificar-se. Fabricantes como Samsung, Huawei, Xiaomi e Oppo acumulam, no conjunto, várias gerações de smartphones dobráveis já lançadas, o que lhes oferece feedback concreto de utilizadores e dados de fiabilidade em utilização diária.

Samsung regista recordes com o Galaxy Z Fold 7

Enquanto a Apple prepara a entrada no mercado, a Samsung mantém-se na liderança do segmento. A empresa sul-coreana informou que o Galaxy Z Fold 7 atingiu o maior volume de pré-vendas de sempre para a série Z Fold. Combinado com o desempenho do Z Flip 7, o fabricante reporta um aumento de 25 % nas encomendas de dobráveis face ao ano anterior.

Durante a primeira semana, o Z Fold 7 vendeu mais 50 % de unidades do que o seu antecessor imediato. No Brasil, o modelo é comercializado por 14 999 reais na versão com 16 GB de RAM e 1 TB de armazenamento, valor que ilustra a margem de preço elevada que estes dispositivos continuam a ocupar na maioria dos mercados.

Perspectivas para o sector de dobráveis

O anúncio de que a Apple poderá equiparar preços aos da Samsung sinaliza uma possível mudança de paradigma. Caso duas das maiores marcas globais pratiquem valores semelhantes na gama de topo, outras fabricantes poderão ajustar a sua política de preços, procurando diferenciar-se por funcionalidades ou serviços adicionais.

Além do posicionamento financeiro, a movimentação da Apple poderá acelerar o desenvolvimento de cadeias de abastecimento dedicadas a componentes flexíveis, desde painéis OLED dobráveis até novas soluções de dobradiça. Este efeito poderá reduzir custos de produção a médio prazo e ampliar a oferta de dispositivos em faixas de preço mais acessíveis.

Até à apresentação oficial em 2026, analistas continuarão a monitorizar sinais da estratégia da Apple, nomeadamente patentes relacionadas com mecanismos de dobra, contratos de fornecimento de ecrãs e possíveis adaptações do iOS para multitarefa em formato dobrável. A resposta do mercado aos próximos lançamentos da Samsung e de outros concorrentes contribuirá, por sua vez, para definir o ponto de partida competitivo do futuro iPhone dobrável.

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