A cantora e empresária Preta Gil morreu neste domingo, 20, aos 50 anos, após um ano e meio de tratamento contra um câncer de intestino. A artista estava nos Estados Unidos, onde recebia terapias experimentais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou pesar pela perda e prestou solidariedade à família, especialmente ao pai da cantora, o músico e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil.
Em nota divulgada na noite de domingo, Lula descreveu Preta Gil como “talentosa e batalhadora” e afirmou ter telefonado a Gilberto Gil e à produtora Flora Gil para oferecer condolências. O presidente relembrou a relação profissional que manteve com o compositor baiano no primeiro mandato do governo federal, entre 2003 e 2008, período em que Gil comandou o Ministério da Cultura.
Tratamento nos Estados Unidos
Diagnosticada em janeiro de 2023, Preta Gil foi inicialmente submetida a sessões de quimioterapia e radioterapia no Brasil. Em agosto de 2024, passou por cirurgia para remoção de tumores. Após esse procedimento, novos focos da doença foram identificados em outras partes do corpo, o que motivou a busca por tratamentos alternativos fora do país.
A cantora instalou-se em Nova York e se deslocava periodicamente a Washington, onde recebia atendimento em um centro médico especializado em terapias oncológicas experimentais. Segundo familiares, o protocolo incluía medicação de última geração e acompanhamento multidisciplinar. Apesar dos esforços, o quadro clínico se agravou.
Trajetória artística
Filha de Gilberto Gil com Sandra Gadelha, Preta Maria Gadelha Gil Moreira nasceu no Rio de Janeiro em 8 de agosto de 1974. Cresceu em um ambiente fortemente ligado à música. Além de ser sobrinha do compositor Caetano Veloso, era afilhada da cantora Gal Costa, nomes centrais da MPB surgidos com o movimento Tropicália.
Antes de assumir os palcos, Preta atuou como produtora cultural e publicitária. Aos 29 anos, decidiu iniciar carreira como intérprete. O álbum de estreia, “Prêt-à Porter”, saiu em 2003 com o single “Sinais de Fogo”, composição da amiga Ana Carolina. A capa do disco, em que aparecia nua, foi alvo de críticas, mas acabou consolidando a imagem da artista como defensora da liberdade de expressão e da diversidade de corpos.
Nos anos seguintes, lançou novos trabalhos musicais, participou de programas de televisão e comandou blocos de carnaval, tornando-se presença constante em eventos populares. Também investiu em projetos empresariais ligados à moda e à inclusão, mantendo forte atividade nas redes sociais até o agravamento da doença.
Repercussão política e cultural
No comunicado de domingo, Lula ressaltou o papel de Preta Gil na animação de palcos e carnavais e frisou que a cantora “espalhou alegria mesmo nos momentos mais difíceis do tratamento”. O presidente estendeu a mensagem de condolências à mãe da artista, Sandra, ao filho Francisco e à neta Sol de Maria.
Gilberto Gil, que acompanhou a filha em diferentes etapas do tratamento, ainda não fez declaração pública sobre o falecimento. Artistas, produtores culturais e fãs utilizaram as redes sociais para prestar homenagens, destacando o legado da cantora em defesa da igualdade racial e de gênero.
Família e legado
Preta Gil deixa os pais, Gilberto e Sandra, três irmãos, o filho Francisco, de 29 anos, e a neta Sol de Maria, de nove. A cantora também mantinha relação próxima com a madrasta Flora Gil, casada com Gilberto desde 1988. Ainda não foram divulgadas informações sobre velório e sepultamento.
Com carreira de duas décadas, a artista reuniu sucessos que dialogam com pop, axé, samba e funk. Além da discografia, sua atuação em campanhas de conscientização sobre saúde e autoestima é lembrada por organizações sociais. O tratamento público do câncer reforçou essa imagem: desde o diagnóstico, Preta compartilhava detalhes da terapia, buscando encorajar pessoas em situação semelhante.
Até a tarde desta segunda-feira, 21, o Itamaraty mantinha contato com a família para viabilizar o traslado do corpo ao Brasil. Assim que finalizados os trâmites legais, a expectativa é de que o velório ocorra no Rio de Janeiro, cidade onde a cantora construiu grande parte da carreira.

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