O ator norte-americano Malcolm-Jamal Warner, conhecido mundialmente por interpretar Theo Huxtable na série “The Cosby Show”, morreu aos 54 anos no último domingo, 21, após se afogar em uma praia da Costa Rica.
Segundo a Agência de Investigação Judicial do país, Warner nadava em Playa Grande, na comunidade de Cocles, província de Limón, quando, por volta das 14h (20h em Brasília), foi arrastado rapidamente pela correnteza. Banhistas que estavam no local conseguiram retirá-lo da água e acionaram a Cruz Vermelha Costarriquenha, mas as tentativas de reanimação não tiveram sucesso. O óbito foi declarado ainda na praia. O artista estava de férias e era acompanhado por familiares; deixam esposa e filha.
Nascido em 18 de agosto de 1969, em Jersey City, Nova Jersey, Warner alcançou fama internacional ao integrar o elenco de “The Cosby Show” entre 1984 e 1992. Escolhido por Bill Cosby no último dia de testes realizados em todo o território dos Estados Unidos, ele recebeu indicação ao Emmy em 1986, na categoria de ator coadjuvante em série de comédia. O programa manteve a liderança de audiência na televisão norte-americana por cinco temporadas consecutivas, de 1985 a 1990, ao retratar uma família negra de classe média — representação considerada pouco frequente na época.
Depois do sucesso inicial, Warner manteve carreira constante na televisão. Entre 1996 e 2000, atuou na sitcom “Malcolm & Eddie”, ao lado do comediante Eddie Griffin. Também participou de títulos como “The Fresh Prince of Bel-Air” e “Sesame Street”, além de integrar, mais recentemente, o elenco fixo do drama médico “The Resident”, no qual interpretava o cirurgião cardiotorácico AJ Austin.
A trajetória do artista se estendeu à música. Em 2015, ele venceu o Grammy de Melhor Performance de R&B Tradicional pela releitura de “Jesus Children of America”, de Stevie Wonder, realizada em parceria com Robert Glasper e Lalah Hathaway. O interesse pela palavra falada rendeu novo reconhecimento da Academia em 2023, quando o álbum “Hiding in Plain View” concorreu como Melhor Álbum de Spoken Word.
Além da atuação e da música, Warner inaugurou, no ano passado, o podcast “Not All Hood”, dedicado a discutir saúde mental na comunidade negra. O projeto refletia preocupações pessoais do ator com temas sociais e conversas sobre bem-estar emocional.
A notícia da morte provocou manifestações imediatas de colegas e admiradores. Nas redes sociais, personalidades como Questlove, Jennifer Hudson, Taraji P. Henson, Jennifer Love Hewitt e o ex-jogador de basquete Magic Johnson lembraram a importância do intérprete de Theo Huxtable na televisão e destacaram encontros pessoais com o artista. Companheiro de cena em “Malcolm & Eddie”, Eddie Griffin lamentou a perda e chamou o colega de “rei”. A atriz Tracee Ellis Ross, com quem ele dividiu a série “Reed Between the Lines”, assim como Vivica A. Fox e Niecy Nash, também prestaram homenagens. Políticos, entre eles o senador Raphael Warnock, ressaltaram o impacto cultural do personagem que marcou a infância de toda uma geração.
Durante entrevistas concedidas em diferentes momentos da carreira, Warner frequentemente recordava a repercussão de “The Cosby Show”. Em conversa de 2013, mencionou as cartas de agradecimento enviadas por espectadores que se reconheciam na rotina da família Huxtable, apesar de críticas iniciais que questionavam a fidelidade daquela representação.
Com mais de quatro décadas de atividade artística, Malcolm-Jamal Warner deixa um legado que atravessa a televisão, a música e a literatura falada. Seu trabalho segue lembrado tanto pela versatilidade diante das câmeras quanto pelo empenho em valorizar narrativas negras em diferentes plataformas.
As autoridades costarriquenhas seguem com os trâmites formais relativos ao falecimento. Até o momento, não foram divulgadas informações sobre procedimentos para o traslado do corpo ou cerimônias fúnebres.
A morte do ator encerra a trajetória de um dos rostos mais emblemáticos da televisão norte-americana dos anos 1980, cuja influência permanece visível na cultura popular, nas artes e na memória afetiva de fãs em todo o mundo.
Fonte: BBC News

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