Meta deve aposentar aplicativo nativo do WhatsApp para Windows e adotar versão baseada na web

A Meta prepara uma alteração significativa no ecossistema do WhatsApp para computador. A empresa pretende descontinuar o aplicativo nativo do mensageiro distribuído na Microsoft Store desde agosto de 2022 e substituí-lo por um novo cliente construído sobre a versão web do serviço. A mudança, ainda em fase de testes, afetará apenas usuários do sistema operacional Windows.

O aplicativo atualmente instalado nos PCs trabalha de forma independente do smartphone, enviando, recebendo e sincronizando mensagens sem a necessidade de que o celular esteja conectado à internet. Com o novo modelo, essa independência deixará de existir: o cliente passará a se comportar como a interface web do WhatsApp, que requer conexão constante com o dispositivo móvel para funcionar.

A adoção do formato web faz parte de um processo de reorganização interna que, segundo informações obtidas pelo site The Verge, busca simplificar a manutenção do software. Hoje a Meta administra simultaneamente um aplicativo nativo e a versão baseada em navegador; com a mudança, passará a manter apenas um único código, potencialmente reduzindo custos de desenvolvimento e distribuição.

Para viabilizar a transição, a companhia utiliza a tecnologia Edge WebView2, da Microsoft. O componente permite que aplicativos instalados no Windows exibam conteúdo da web em um contêiner isolado, mantendo integração com notificações do sistema, atalhos de teclado e outros recursos de desktop. Na prática, porém, o funcionamento depende de conexão permanente à internet e do sincronismo com o telefone cadastrado.

A Meta já liberou uma edição beta do novo aplicativo para participantes do programa de testes da Microsoft Store. Entre as novidades visuais estão mudanças de layout, novos ícones de navegação, ajustes nas notificações e a inclusão de seções para Canais, além de melhorias nas abas de Status e Comunidades. Ainda não há detalhes sobre eventuais limitações ou alterações em chamadas de voz e vídeo.

Do ponto de vista do usuário, a substituição pode impactar desempenho e consumo de recursos. Por rodar em um ambiente web encapsulado, o cliente tende a exigir mais memória RAM do que a aplicação compilada nativamente, além de ficar sujeito a variações na qualidade da rede. Computadores com configurações modestas podem perceber aumento no tempo de carregamento ou atraso na exibição de mensagens.

O cenário contrasta com a documentação atual do próprio WhatsApp, que indica maior confiabilidade dos aplicativos distribuídos para Windows e macOS quando comparados à versão que opera diretamente no navegador. Caso a mudança seja confirmada, a Meta precisará ajustar essas recomendações ou apresentar otimizações que evitem perda de desempenho.

Por enquanto, o aplicativo nativo continua disponível na loja oficial do Windows e segue funcionando normalmente. A empresa não divulgou cronograma para a remoção definitiva da versão antiga nem para o lançamento estável do novo cliente. Usuários interessados em experimentar a atualização podem aderir ao canal beta, cientes de que a instalação substituirá o software atual.

A alteração não afeta o WhatsApp Desktop para macOS, que permanece como aplicação nativa. Também não há indicações de mudanças na versão Web acessada diretamente pelos navegadores, que prossegue operando com as mesmas funcionalidades e requisitos de autenticação por código QR.

Sem data oficial para a migração obrigatória, a Meta afirma que continuará coletando feedback dos testadores antes de liberar a versão baseada em WebView2 para todo o público. Até lá, quem prefere a experiência independente do celular pode permanecer com o cliente nativo ou, se desejar, alternar entre as duas opções para comparar desempenho e estabilidade.

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