OpenAI amplia projeto Stargate e planeja 4,5 GW adicionais em data centers com Oracle

A OpenAI anunciou nesta terça-feira (22) uma nova etapa do projeto Stargate, iniciativa de grande porte voltada à criação de infraestrutura para aplicações de inteligência artificial nos Estados Unidos. A empresa revelou planos de acrescentar 4,5 gigawatts (GW) em capacidade de data centers por meio de uma parceria com a Oracle, reforçando a meta de manter o país competitivo na corrida global por avanços em IA.

Expansão da capacidade computacional

Com os novos investimentos, a capacidade total prevista para o Stargate ultrapassará 5 GW, sustentada por mais de dois milhões de chips dedicados ao processamento de modelos de IA. A OpenAI não informou os valores específicos nem os locais onde os centros de dados serão erguidos, limitando-se a confirmar que a expansão faz parte de um esforço de longo prazo para assegurar recursos computacionais em larga escala.

Dimensões do projeto Stargate

Lançado em janeiro, o Stargate foi apresentado pelo governo dos Estados Unidos como um componente estratégico para fortalecer a infraestrutura nacional frente à crescente concorrência da China no campo da inteligência artificial. O plano original prevê até US$ 500 bilhões em investimentos e até 10 GW de capacidade total. A construção inicial começou em Abilene, no Texas, envolvendo OpenAI, Oracle e o grupo japonês SoftBank.

Compromissos financeiros e ajustes de escopo

Inicialmente, tanto a OpenAI quanto o SoftBank assumiram a intenção de investir US$ 19 bilhões cada no projeto. No entanto, divergências sobre pontos como a localização dos futuros complexos levaram a um redimensionamento das metas de curto prazo, segundo informações do Wall Street Journal. O plano atual é inaugurar um data center menor até o fim de 2025, possivelmente no estado de Ohio, mantendo, porém, a ambição de longo prazo de atingir a escala anunciada no lançamento.

Papel do governo dos EUA

O incentivo governamental surgiu em meio ao aumento do uso de IA em setores considerados sensíveis, como defesa e saúde. Ao anunciar o Stargate, o presidente Donald Trump destacou a necessidade de infraestrutura doméstica robusta para evitar dependência externa e preservar a liderança tecnológica norte-americana. Essa postura tem gerado um ambiente favorável a grandes investimentos privados em nuvem, semicondutores e energia.

SoftBank busca posição estratégica

Para o SoftBank, liderado por Masayoshi Son, o Stargate representa uma oportunidade de ampliar a presença do conglomerado no mercado de IA após perdas em apostas anteriores, como a WeWork. Em 2025, o grupo chegou a comprometer US$ 30 bilhões com a OpenAI, quantia considerada o maior aporte já destinado a uma startup. Parte desse valor foi vinculada diretamente à construção dos novos data centers, mas o ritmo de execução ficou abaixo do previsto, gerando frustração na companhia japonesa.

Acordos paralelos da OpenAI

Enquanto as discussões com o SoftBank prosseguem, a OpenAI consolidou parcerias bilionárias com provedores de nuvem. O contrato firmado com a Oracle, por exemplo, prevê pagamentos superiores a US$ 30 bilhões por ano a partir de 2027. Segundo estimativas do setor elétrico, apenas a energia necessária para operar essa infraestrutura seria equivalente à produzida por duas Represas Hoover. A empresa também mantém acordo de larga escala com a provedora CoreWeave, garantindo capacidade adicional de processamento.

Demanda crescente por infraestrutura de IA

A ampliação da infraestrutura é considerada essencial para sustentar serviços como o ChatGPT, da OpenAI, e o Copilot, da Microsoft, ambos consumidores intensivos de potência computacional. Grandes modelos de linguagem requerem servidores equipados com aceleradores de processamento gráfico, alto consumo de energia e sistemas de resfriamento robustos. Por isso, a estratégia de construir data centers em múltiplas regiões dos Estados Unidos busca não apenas capacidade, mas também redundância e proximidade com fontes de energia de custo competitivo.

Com a etapa atual, a OpenAI dá continuidade a uma trajetória de investimentos pesados em infraestrutura, ao lado de parceiros estratégicos. A expectativa é que novas informações sobre localizações específicas, valores e cronogramas sejam divulgadas conforme as aprovações regulatórias e os acordos de fornecimento de energia forem concluídos.

Fonte: Olhar Digital

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