Palmeiras contesta escolha de Daronco para o dérbi decisivo com o Corinthians

A Confederação Brasileira de Futebol designou Anderson Daronco para arbitrar o encontro entre Palmeiras e Corinthians, marcado para quarta-feira, 6 de março, às 21h30 (hora de Brasília), no Allianz Parque. A partida decide a eliminatória dos oitavos de final da Taça do Brasil, após a vitória corintiana por 1-0 no jogo da primeira mão.

Clube paulista lembra queixas recentes

No seio do Palmeiras, a nomeação do árbitro gaúcho surge acompanhada de reservas. Elementos da equipa técnica alegam que Daronco tende a interromper a dinâmica de jogo através de sucessivas faltas assinaladas, o que, no entender do emblema alviverde, beneficia equipas dispostas a abrandar o ritmo.

A relação tensa intensificou-se em agosto do ano passado, quando o juiz apitou o segundo duelo dos oitavos de final frente ao Flamengo, igualmente no Allianz Parque. Nessa noite, o conjunto palestrino acabou afastado da competição, perdendo a eliminatória por 2-1 no agregado. Após o apito final, o auxiliar João Martins expressou descontentamento numa conferência que se prolongou por quase dez minutos, acusando Daronco de não permitir a fluidez do espectáculo e referindo, inclusivamente, questões de preparação física do árbitro.

Segundo dados compilados pelo departamento de análise do clube, a partida contra o Flamengo registou o menor tempo de bola em jogo entre todos os confrontos da mesma fase da Taça do Brasil de 2024. O Palmeiras entende que a estatística confirma a perceção de que o árbitro adopta critérios que favorecem a quebra de ritmo.

Histórico de jogos contestados

Em 2023, Anderson Daronco dirigiu seis encontros envolvendo o Palmeiras. O clube aponta quatro atuações como motivo de protesto:

– Botafogo-SP 0–0 Palmeiras, com 33 faltas marcadas;
– Palmeiras 2–0 Corinthians, em que Raphael Veiga foi expulso após empurrar Garro;
– Botafogo 1–0 Palmeiras, duelo em que o Alviverde reclama a não expulsão de um adversário nos instantes iniciais;
– Segundo jogo frente ao Flamengo, culminando na eliminação verde e branca.

Depois dessas ocorrências, Daronco voltou a arbitrar apenas dois encontros do Palmeiras num intervalo de aproximadamente um ano: Cruzeiro 1–2 Palmeiras, na reta final do Brasileirão anterior, e Palmeiras 3–0 Ceará, já na presente edição da Taça do Brasil.

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Imagem: noticiasaominuto.com.br

Confronto decisivo e receios de repetição

A eliminatória encontra-se em aberto, mas o Corinthians chega a São Paulo em vantagem mínima. A equipa orientada por Dorival Júnior pode optar por uma estratégia de gestão do resultado. O Palmeiras receia que, numa partida potencialmente marcada por faltas táticas, o critério de Daronco contribua para reduzir ainda mais o tempo útil de jogo.

No embate da primeira mão, a arbitragem de Wilton Pereira Sampaio esteve no centro da controvérsia: foi assinalado um penálti favorável ao Corinthians e anulado um golo ao médio Maurício, decisões contestadas pelo conjunto verde. O clube manifesta agora o desejo de evitar novo foco de discórdia, sublinhando a importância de um encontro “decidido dentro das quatro linhas”.

Declarações que ainda ecoam

As críticas de João Martins, proferidas após a derrota frente ao Flamengo, continuam a ser citadas internamente. Entre elas, destacam-se frases como: “Queremos jogar futebol e dar um bom espectáculo, mas não deixam” e “Se um árbitro precisa de descansar durante o jogo, algo está errado”. O auxiliar de Abel Ferreira chegou mesmo a apelar a uma “reforma” do árbitro caso este não conseguisse acompanhar o ritmo.

Expectativas e preparação

Sem margem para deslizes, o Palmeiras intensifica os treinos táticos, ciente de que precisa de vencer por dois golos para avançar diretamente aos quartos de final. Em caso de triunfo por um golo, a vaga será decidida nos penáltis. Do lado corintiano, basta um empate para seguir em frente.

A nomeação de Daronco torna-se, portanto, um elemento adicional de tensão num duelo historicamente marcado por rivalidade. Apesar das críticas, o árbitro permanece entre aqueles em quem a CBF deposita confiança para jogos de grande visibilidade, cenário que mantém a discussão sobre critérios de avaliação e uso do vídeo-árbitro nos principais palcos do futebol brasileiro.

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