O diretor-executivo da OpenAI, Sam Altman, advertiu que a capacidade da inteligência artificial para imitar vozes e rostos pode desencadear uma “crise significativa de fraude” a curto prazo. A declaração foi feita numa entrevista sobre impactos económicos e sociais da tecnologia, realizada esta terça-feira (22) nas instalações do Federal Reserve, em Washington.
Autenticação por voz em risco
Perante representantes de grandes instituições financeiras, Altman sublinhou que algumas entidades continuam a aceitar a impressão vocal como forma de autenticação para movimentar valores elevados. Segundo o executivo, sistemas de IA já conseguem contornar este método com facilidade, tornando urgente a revisão dos procedimentos de segurança. O FBI corroborou a preocupação, tendo emitido alertas recentes sobre esquemas que utilizam clonagem de voz e vídeo para extorsão.
Expansão da OpenAI no Capitólio
No mesmo dia, a OpenAI confirmou a abertura do seu primeiro escritório em Washington, prevista para o início de 2026. O espaço acolherá cerca de 30 funcionários, liderados por Chan Park, chefe de Assuntos Globais para EUA e Canadá, e por Joe Larson, futuro vice-presidente de Governo. A unidade servirá para formação em IA, demonstrações de novas tecnologias e investigação sobre impactos económicos.
Regulação em debate
A intervenção de Altman coincidiu com a apresentação iminente do Plano de Ação de IA da administração norte-americana. A OpenAI contribuiu com recomendações e tem reforçado a presença junto de legisladores, defendendo que regulações excessivas podem limitar a competitividade frente a desenvolvimentos externos.
Riscos de escalada tecnológica
Além da fraude, Altman mencionou o perigo de actores maliciosos utilizarem sistemas avançados para atacar infra-estruturas críticas ou desenvolver armas biológicas. O executivo admitiu receio de se perder controlo sobre uma “superinteligência” antes de existirem salvaguardas adequadas.
Efeitos no emprego ainda incertos
Sobre o mercado de trabalho, o cofundador da OpenAI afirmou que não há previsões fiáveis. Admite a extinção de algumas categorias profissionais, mas prevê a criação de novas funções. Um relatório publicado pela empresa, elaborado pelo economista-chefe Ronnie Chatterji, compara o impacto potencial do ChatGPT a inovações como a electricidade ou o transistor e indica 500 milhões de utilizadores globais.
Altman concluiu que, face à velocidade dos avanços, governos e empresas devem colaborar para garantir autenticidade digital, proteger infra-estruturas e maximizar os benefícios económicos da inteligência artificial.

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