O relatório Julius Baer Global Wealth & Lifestyle 2025 coloca São Paulo na 16.ª posição entre as cidades com o custo de vida mais elevado para consumidores de alto padrão, afastando a capital paulista do grupo das dez primeiras onde figurava nos dois anos anteriores.
Singapura mantém liderança; Londres ultrapassa Hong Kong
A classificação abrange 25 metrópoles e tem como referência os preços médios de bens e serviços associados a um estilo de vida de luxo, como habitação premium, escolas privadas, viagens em classe executiva, restauração e artigos de moda. Os dados foram recolhidos entre novembro de 2024 e março de 2025.
Tal como em 2024, Singapura surge no topo do ranking, confirmando o estatuto de cidade mais cara do mundo para este segmento de consumo. Londres sobe para o segundo lugar, trocando de posição com Hong Kong, agora em terceiro. Seguem-se Mónaco, Zurique e Xangai, completando a metade superior da lista.
O relatório destaca ainda a performance de Dubai, que avançou cinco posições e regressou ao top 10, ocupando o sétimo lugar. Na Ásia, Banguecoque e Tóquio registaram progressos idênticos, cada uma subindo seis lugares para 11.º e 17.º, respetivamente, refletindo o impacto de investimentos em infraestrutura e a valorização de mercados imobiliários locais.
Brasil e México registam alívio no custo de vida
São Paulo foi nona em 2023 e manteve essa posição em 2024, mas a desvalorização do real e medidas internas de contenção de preços contribuíram para a queda de sete lugares em 2025. Analistas do estudo apontam ainda o reforço de programas municipais de mobilidade e habitação como fatores que amorteceram despesas com serviços essenciais, reduzindo a pressão sobre o orçamento de residentes com hábitos de consumo premium.
Noutra grande economia latino-americana, a Cidade do México desceu do 16.º para o 21.º lugar, numa trajetória semelhante à de São Paulo. As duas metrópoles passaram a posicionar-se à frente de Santiago, Manila, Vancouver e Joanesburgo, que fecham a tabela das 25 urbes analisadas.
Top 10 das cidades mais caras em 2025
De acordo com o relatório, a lista é a seguinte:
Imagem: tecmundo.com.br
1.º Singapura (Singapura)
2.º Londres (Reino Unido)
3.º Hong Kong (Região Administrativa Especial)
4.º Mónaco (Mónaco)
5.º Zurique (Suíça)
6.º Xangai (China)
7.º Dubai (Emirados Árabes Unidos)
8.º Nova Iorque (Estados Unidos)
9.º Paris (França)
10.º Milão (Itália)
Metodologia e indicadores considerados
O Julius Baer Global Wealth & Lifestyle Report avalia o custo de 20 bens e serviços que, segundo a instituição suíça de gestão de patrimónios, definem o quotidiano de indivíduos com elevado poder de compra. Entre os itens analisados incluem-se:
• Imóveis residenciais de luxo
• Propinas de escolas internacionais
• Automóveis de alta gama
• Voos em classe executiva
• Jantares em restaurantes de referência
• Cuidados de saúde privados
Os preços são convertidos para dólares norte-americanos, possibilitando a comparação direta entre mercados. A média resultante determina a pontuação final de cada cidade.
Impacto para investidores e residentes
Além de servir como barómetro do poder de compra global, o ranking é utilizado por empresas do setor imobiliário, gestores de património e potenciais expatriados que procuram destinos competitivos. A descida de São Paulo pode atrair investidores interessados em ativos brasileiros com preços relativamente mais acessíveis, enquanto a manutenção de Singapura na liderança consolida a cidade-estado como referência para grandes patrimónios na Ásia.
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