Starlink limita ligação direta a telemóveis à rede da T-Mobile nos EUA

Rumores que apontavam para internet móvel gratuita da Starlink no Brasil foram desmentidos. A operadora norte-americana T-Mobile confirmou que o serviço “T-Satellite”, desenvolvido em parceria com a rede de satélites de Elon Musk, permanecerá restrito aos Estados Unidos e não existe qualquer plano de expansão para território brasileiro.

Parceria centrada no mercado norte-americano

A T-Mobile e a Starlink anunciaram em 2022 um acordo para oferecer conectividade via satélite a partir de telemóveis convencionais, dispensando equipamentos adicionais. A solução assenta no conceito Direct to Cell (D2C), que permite aos aparelhos ligar-se diretamente aos satélites de órbita baixa da SpaceX.

Segundo a operadora, o sinal cobre todos os estados norte-americanos, incluindo o Havai, Porto Rico e zonas do sul do Alasca. A funcionalidade foi batizada de T-Satellite e destina-se, numa primeira fase, a garantir envio e receção de SMS, além de chamadas de emergência para o número 911. Não há calendário público para serviços de dados mais avançados, como navegação na internet ou streaming.

A confirmação foi dada ao portal Tecnoblog na sequência de diversos artigos que sugeriam a disponibilização gratuita do mesmo serviço no Brasil. A T-Mobile respondeu que “o T-Satellite foi concebido para clientes dos Estados Unidos” e que “não existem negociações com operadoras brasileiras no sentido de viabilizar a tecnologia fora do país”.

Serviço não é totalmente gratuito

A ligação por satélite será gratuita apenas para clientes que já subscrevam pacotes pós-pago de gama superior da T-Mobile. Quem possui planos mais económicos terá de pagar uma mensalidade adicional de 10 dólares (cerca de 9,20 euros) para utilizar a cobertura fora de redes terrestres.

A empresa realça ainda que a compatibilidade não abrange todos os telemóveis em circulação. Modelos mais antigos, sem determinadas bandas de frequência, não conseguirão estabelecer contacto direto com os satélites, mesmo em território coberto.

Do lado da Starlink, a criação de um serviço D2C visa aproveitar a constelação de satélites já operacional para alargar o alcance da rede a zonas rurais ou isoladas, onde antenas tradicionais são financeiramente inviáveis. Contudo, cada mercado exige acordos regulatórios e licenças radioelétricas locais, processo que, segundo fontes do setor, pode prolongar-se durante vários anos.

Expectativas no Brasil permanecem em aberto

O interesse despertado pela notícia reflete as lacunas de cobertura móvel em território brasileiro, sobretudo em áreas remotas da Amazónia e do Centro-Oeste. Para já, porém, a única presença da Starlink no país limita-se ao serviço de banda larga fixa via satélite, disponível mediante a instalação de antena própria e pagamento mensal.

Especialistas lembram que qualquer oferta de telemóvel por satélite depende de acordos com operadoras locais, partilha de espectro e aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Até ao momento não foram submetidos pedidos nesse sentido.

Principais pontos a reter

  • T-Satellite funciona apenas nos Estados Unidos, incluindo Havai, Porto Rico e sul do Alasca.
  • Serviço garante SMS e chamadas de emergência; dados móveis ainda não têm data.
  • Utilização gratuita para assinantes de pacotes premium; restantes pagam 10 dólares mensais.
  • Não há negociações nem autorizações para operar no Brasil.
  • Compatibilidade restringe-se a modelos de telemóvel com suporte para as bandas exigidas.

Desta forma, a hipótese de aceder a internet móvel gratuita da Starlink no Brasil carece de fundamento. O serviço permanece exclusivo do mercado norte-americano, sujeito a pagament­­­­­­os adicionais e a restrições técnicas que afastam, para já, uma expansão internacional.

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