Brasília, 23 de julho de 2025 — As tarifas decretadas por Donald Trump sobre produtos brasileiros, em 9 de julho, desencadearam uma sequência de eventos que ampliou a possibilidade de prisão preventiva de Jair Bolsonaro.
Escalada após o “tarifaço”
O aumento de impostos decidido por Washington foi seguido, a 18 de julho, por medidas cautelares impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O ex-presidente brasileiro foi obrigado a usar tornozeleira eletrónica e ficou impedido de utilizar redes sociais.
No mesmo dia, os Estados Unidos proibiram a entrada de Moraes e de outros magistrados do STF no país, intensificando o clima de confronto.
Estratégia de “dobrar a aposta”
Em entrevista concedida a 21 de julho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro afirmou que a reação do ministro era esperada e que o grupo político já contava com uma “dobra de aposta”. O parlamentar anunciou que pretende reforçar a ofensiva internacional contra Moraes, chegando a comparar a estratégia a “queimar a floresta inteira” para atingir o objetivo.
Aliados no Congresso passaram a defender o pedido de impeachment do magistrado e prometeram mobilizações de rua. Internamente, Bolsonaro cancelou entrevistas para evitar interpretações de violação das cautelares, mas, no mesmo dia, exibiu a tornozeleira a jornalistas e classificou a medida como “máxima humilhação”.
Amplo alcance das restrições
Num despacho emitido também a 21 de julho, Moraes esclareceu que a proibição de uso de redes sociais inclui transmissões, retransmissões ou publicações em contas de terceiros. O ex-presidente foi intimado a explicar se violou a determinação ao falar com repórteres; a defesa nega qualquer infração.
Risco jurídico
Especialistas em Direito ouvidos pelos meios de comunicação consideram que a prisão preventiva será possível caso o STF entenda que houve descumprimento das medidas. Para Ricardo Yamin, não há intenção de “dobrar a aposta” por parte do tribunal, mas sim de resistir a pressões externas. Maira Scavuzzi interpreta o impasse como uma disputa de forças em que a família Bolsonaro procura reforçar a narrativa de perseguição política.
Com a tensão diplomática provocada pelas tarifas norte-americanas, o impasse entre o ex-presidente e o Supremo permanece num patamar elevado, deixando em aberto a possibilidade de novas sanções ou até da detenção preventiva do líder político.

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