Pelo menos 25 palestinianos morreram entre sexta-feira à noite e a madrugada de sábado em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local e o serviço de ambulâncias. A maior parte das vítimas foi atingida quando aguardava camiões de ajuda alimentar perto da passagem de Zikim, na fronteira norte com Israel. Quatro pessoas perderam a vida em resultado de bombardeamentos sobre um edifício residencial na Cidade de Gaza.
Disparos durante distribuição de ajuda
Funcionários do hospital Shifa, para onde foram transportados os corpos, relatam que os tiros ocorreram depois de a multidão ter confundido o farol de um veículo militar com os faróis dos camiões de mantimentos. As Forças de Defesa de Israel não responderam aos pedidos de comentário sobre o incidente. Há poucos dias, pelo menos 80 palestinianos tinham sido mortos num episódio semelhante na mesma zona.
Negociações de cessar-fogo paradas
As mortes surgem numa altura em que as conversações indiretas entre Israel e o Hamas estão suspensas. Na quinta-feira, Estados Unidos e Israel retiraram temporariamente as suas equipas de negociação do Qatar. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou na sexta-feira estar a ponderar «opções alternativas» aos contactos mediadas por Egito, Qatar e EUA. Um responsável do Hamas disse esperar a retomada das reuniões na próxima semana, classificando a pausa como «tática de pressão».
Fome eminente e ajuda insuficiente
As Nações Unidas alertam para o risco de fome generalizada no enclave, onde já se registam mortes relacionadas com subnutrição, inclusive entre crianças sem problemas de saúde pré-existentes. Israel declara não impor limite à entrada de camiões, mas a ONU refere restrições militares e saques que dificultam as operações. Segundo dados israelitas, mais de 250 veículos com mantimentos entraram em Gaza esta semana, um número muito abaixo dos cerca de 600 por dia registados durante a trégua de março.
Desde maio, mais de mil palestinianos terão sido mortos quando tentavam obter comida, indica o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Organizações humanitárias denunciam falta de segurança para as equipas no terreno e afirmam que também os seus funcionários lutam para se alimentar.

Imagem: Staff The Associated Pres via globalnews.ca
Airdrops autorizados, mas contestados
Israel autorizou, pela primeira vez em meses, lançamentos aéreos de alimentos solicitados pela Jordânia. Amã planeia distribuir principalmente géneros básicos e leite em pó. O Reino Unido manifestou intenção de participar, facilitando ainda a evacuação de crianças em necessidade médica. Philippe Lazzarini, diretor da UNRWA, advertiu que os airdrops são caros, pouco eficientes e podem colocar civis famintos em risco de ferimentos.
A nova escalada de violência junto aos pontos de distribuição sublinha o impasse político e acentua a crise humanitária em Gaza, onde a escassez de alimentos e a insegurança continuam a agravar-se.

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