Trump diz que encontro com Putin servirá de preparação para reunião com Zelenskyy
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (data local) que a cúpula marcada para sexta-feira, no Alasca, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem como principal objetivo “preparar a mesa” para um segundo encontro que inclua o líder ucraniano, Volodymyr Zelenskyy. Segundo Trump, essa nova reunião deverá ocorrer “em breve” e pode acontecer também em território norte-americano.
Expectativas contidas para o primeiro encontro
Desde que a cúpula foi anunciada, na semana passada, Trump tem buscado reduzir as expectativas de um cessar-fogo ou de um acordo de paz duradouro. “Amanhã, tudo o que quero é criar as condições para a próxima reunião”, declarou a jornalistas no Salão Oval. O republicano disse ainda que saberá “nos primeiros dois, três, quatro minutos” se a conversa com Putin será produtiva.
Participação europeia indefinida
Trump revelou a possibilidade de incluir alguns líderes europeus no encontro triplo, embora essa presença ainda não esteja confirmada. “Talvez sim, talvez não. Vamos ver”, comentou.
Compromissos e linhas vermelhas
Ao ser questionado sobre eventuais concessões territoriais, o presidente norte-americano voltou a admitir a hipótese de troca de terras, mas prometeu “recuperar parte do território” para a Ucrânia. Ele também garantiu manter postura firme diante das exigências de Putin: “Se eu não fosse presidente, ele preferiria tomar toda a Ucrânia. Mas eu sou, e ele não vai se arriscar comigo”.
Posição de Putin
Em vídeo divulgado pelo Kremlin após reunião com altos funcionários russos, Putin afirmou que Washington está fazendo “esforços energéticos e sinceros” para pôr fim às hostilidades e alcançar um acordo “de interesse para todas as partes”. O líder russo sugeriu ainda que um entendimento de longo prazo poderia abranger temas de controle de armas nucleares.
Reação de Zelenskyy e aliados
Zelenskyy declarou estar disposto a se reunir com Putin, desde que a Rússia demonstre intenção real de encerrar a invasão iniciada há três anos e meio. Em mensagem publicada na segunda-feira, o presidente ucraniano disse não haver “qualquer sinal” de que Moscou esteja preparando um cenário de pós-guerra.
Governos europeus e o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, reforçaram que qualquer decisão sobre o futuro da Ucrânia cabe exclusivamente aos ucranianos. Em comunicado conjunto, Alemanha, França e Reino Unido defenderam a integridade territorial do país e a inviabilidade de mudanças de fronteira pela força.
Imagem: Alex Brandon via globalnews.ca
Acompanhamento internacional
Trump conversou por telefone com Zelenskyy, Carney e líderes europeus na quarta-feira para detalhar a agenda com Putin e prometeu nova atualização após a cúpula. A Ukrainian Canadian Congress informou que observará “com atenção” o encontro no Alasca: “O que é, por direito, da Ucrânia não está à disposição para ser tomado pela Rússia nem para ser cedido por terceiros”.
O governo russo controla atualmente cerca de 20% do território ucraniano, fator que preocupa Kiev e aliados, que temem a consolidação dessas conquistas em eventual acordo direto entre Washington e Moscou.
O desfecho da reunião desta sexta-feira será determinante para a realização do encontro triplo proposto por Trump, visto por analistas como crucial para qualquer avanço concreto rumo à paz.
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Com informações de Global News
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