Brasília — Imagens de videovigilância recolhidas num elevador do Edifício Via Boulevard, no Guará II, Distrito Federal, registaram uma agressão violenta contra uma mulher de 34 anos. O suspeito é Cleber Lúcio Borges, 55 anos, empresário do sector do mobiliário, casado com a vítima há 17 anos.
Agressão registada em vídeo
A gravação, com cerca de dois minutos, começa quando o elevador chega ao rés-do-chão. Assim que as portas se abrem, Cleber desfere um soco na companheira, que aguardava para subir ao apartamento. De seguida, ambos entram no elevador e o agressor continua a golpear a vítima com socos e cotoveladas até esta cair no chão.
Num momento breve, as agressões cessam e o casal discute. Cleber retira a bolsa da vítima e vasculha o seu conteúdo antes de sair do elevador. A mulher, visivelmente ferida, permanece deitada, chegando a premir o botão para outro piso. Os gritos foram ouvidos por moradores, que contactaram a Polícia Militar do Distrito Federal.
Queixa apresentada pela mãe da vítima
A denúncia formal partiu da mãe da vítima. De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher estranhou o tom de voz da filha numa chamada telefónica no dia seguinte ao ataque. Ao visitá-la, constatou que Cleber a levara para um hospital privado na Asa Sul, onde a vítima revelaria as agressões.
Ainda hospitalizada, a mulher confirmou à Polícia Civil a existência do conflito, mas inicialmente recusou apresentar representação criminal ou solicitar medidas de proteção. Apesar disso, a 4.ª Delegacia de Polícia solicitou a prisão preventiva de Cleber, fundamentando o pedido na gravidade das lesões registadas em vídeo.
Mandado de busca revela arsenal doméstico
Na quinta-feira, 7 de Agosto, agentes da 4.ª DP cumpriram mandados de busca e apreensão na residência do suspeito. Durante a operação foram encontradas duas armas de fogo — uma pistola Beretta calibre .22 e uma arma antiga de calibre não identificado — bem como 518 munições de diversos calibres.
Imagem: metropoles.com
Cleber foi detido em flagrante por posse irregular de arma de fogo e acessórios de uso permitido. A autoridade policial fixou fiança em 25,9 mil reais; mesmo com o pagamento, o empresário permanece recolhido preventivamente em virtude do mandado relacionado ao crime de violência doméstica.
Investigação em curso
O inquérito conduzido pela 4.ª DP continua a apurar responsabilidades por lesão corporal, posse ilegal de armas e eventual reincidência de violência familiar. Moradores do condomínio relataram ter ouvido gritos noutras ocasiões, indicando possíveis agressões anteriores.
Em nota, a defesa de Cleber Lúcio Borges limitou-se a informar que todas as manifestações serão apresentadas nos autos do processo, reiterando o “interesse na completa elucidação dos factos”. Até ao momento, o Ministério Público não formalizou denúncia.
O caso permanece sob investigação, com a autoridade judiciária a analisar a manutenção da prisão preventiva e eventuais pedidos de medidas protetivas para a vítima.
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