WhatsApp Desktop deixará de ser aplicativo nativo e passa a funcionar como web app

Metodologia de distribuição e arquitetura do WhatsApp para computadores volta a mudar. A Meta iniciou, em 21 de julho de 2025, a liberação de uma atualização para o WhatsApp Desktop Beta que converte totalmente o programa para Windows em um web app baseado no WebView 2. Com isso, a companhia indica que pretende aposentar, em futuro próximo, a edição nativa lançada em agosto de 2022.

Alerta já aparece para participantes do programa Beta

Ao abrir a versão de testes no PC, o usuário é recebido por uma mensagem informando que “o WhatsApp Beta foi atualizado em aparência e funcionamento”, incluindo agora a opção de seguir Canais, além de ajustes em Status e Comunidades. Esse aviso sintetiza a transição: a aplicação deixa de usar código compilado especificamente para Windows e passa a exibir, em uma janela própria, a mesma interface carregada no navegador.

Interface praticamente idêntica à do WhatsApp Web

Visualmente, a mudança é discreta. A tela principal ganha quatro filtros de conversas — Tudo, Não lidas, Favoritas e Grupos — e há novos botões para acesso rápido a Canais e a outras funções que não estavam presentes no aplicativo de desktop. Para quem já utiliza o serviço pela web, a disposição dos elementos é quase igual, sinalizando que ambos passam a compartilhar o mesmo conjunto de arquivos HTML, JavaScript e CSS.

WebView 2 é a base técnica da nova versão

O WebView 2, componente mantido pela Microsoft, aproveita a engine do Microsoft Edge para exibir conteúdo online dentro de aplicativos. Na prática, o WhatsApp Desktop Beta funciona agora como um contêiner: ele inicia processos do Edge em segundo plano e renderiza a página dedicada ao mensageiro. Quem verificar o Gerenciador de Tarefas notará vários subprocessos associados ao WebView 2, algo que não ocorria nas compilações anteriores, construídas primeiro em Electron e depois na Plataforma Universal do Windows (UWP).

Objetivo é reduzir redundâncias e acelerar atualizações

Ao alinhar o aplicativo para computador com a versão web, a Meta diminui o número de bases de código que precisam ser mantidas. Até então, o WhatsApp Desktop seguia cronogramas de atualização mais lentos, acumulando diferenças em relação às edições para Android, iOS e até mesmo à própria interface web. Com um único front-end, a expectativa é simplificar testes, liberar funções simultaneamente em todas as plataformas e economizar recursos de desenvolvimento.

Impacto imediato para o usuário final

No curto prazo, a experiência tende a mudar pouco. Mensagens, arquivos e chamadas continuam disponíveis, e não há alteração no processo de instalação via Microsoft Store. Contudo, como qualquer web app depende do navegador embutido, é provável que parte dos usuários note consumo de memória RAM um pouco maior e desempenho inferior em comparação à versão nativa UWP. A responsividade poderá melhorar ou piorar conforme a otimização aplicada pela equipe do mensageiro nos próximos pacotes de atualização.

Histórico de reformulações no desktop

O WhatsApp para computadores passou por diversas revisões desde a chegada da primeira edição baseada em Electron, em 2016. Em 2022, a Meta lançou um executável UWP, prometendo maior desempenho e integração com Windows 10 e 11. Apesar do avanço inicial, o aplicativo recebeu novos recursos em ritmo mais lento que o observado nos dispositivos móveis. A adoção do modelo web indica mais um ajuste estratégico, possivelmente influenciado pelo lançamento do cliente para iPad, também construído sobre tecnologias web.

Disponibilidade e próximos passos

Por enquanto, a versão transformada em web app permanece restrita ao canal Beta. A Meta não informou data para substituir definitivamente o aplicativo nativo pela nova edição nem se pretende manter as duas alternativas em paralelo. Usuários interessados podem aderir ao programa de testes na Microsoft Store para acompanhar a evolução e enviar feedback.

Com a mudança, o WhatsApp Desktop passará a se comportar de forma praticamente idêntica ao serviço no navegador, enquanto a Meta concentra esforços em um ecossistema unificado, distribuído em todas as plataformas por meio de uma única base de código.

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