Yokai que inspirou Demon Slayer: o temido Nurarihyon
Yokai que inspirou Demon Slayer: o temido Nurarihyon
Yokai que inspirou Demon Slayer: o temido Nurarihyon é a criatura folclórica japonesa que serviu de base para Muzan Kibutsuji, o Rei Demônio do anime e mangá Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba, lançado em 2016 nos quadrinhos e adaptado para a TV em 2019.
Yokai que inspirou Demon Slayer: o temido Nurarihyon
Embora Muzan seja uma criação original da autora Koyoharu Gotouge, seu conceito remete diretamente ao Nurarihyon, um dos yokais — espíritos do folclore japonês — mais populares. Relatos sobre a entidade surgem desde o período Edo, mas sua origem exata permanece indefinida. De acordo com o folclorista Michael Dylan Foster, em entrevista à National Geographic, o Nurarihyon costuma aparecer como um ancião de cabeça arredondada capaz de alterar a própria aparência.
Nas narrativas tradicionais, ele invade residências humanas para tomar chá e usufruir de confortos enquanto os proprietários estão ausentes. Em algumas versões, sua visita é inofensiva; em outras, simboliza pura enganação. O pesquisador Zack Davisson lembra que o conto “Koshoku Haidokusen” reforçou esse viés enganador, representando o yokai como o “espírito da artimanha”.
Ligação direta com Muzan Kibutsuji
No universo de Demon Slayer, Muzan Kibutsuji compartilha características centrais do Nurarihyon: a habilidade de mudar de forma, a liderança sobre criaturas sobrenaturais e a presença ameaçadora que rompe a fronteira entre o mundo humano e o sobrenatural. No enredo, ele transforma Nezuko Kamado em demônio e extermina a família do protagonista Tanjiro, assumindo o papel de antagonista principal em todos os arcos.
Presença constante na cultura pop
A maleabilidade visual do Nurarihyon facilita sua inserção em diferentes obras. Além de Demon Slayer, o yokai é peça-chave no clássico mangá GeGeGe no Kitaro, de 1960, e protagoniza a série Nura – A Ascensão do Clã das Sombras, publicada no Brasil pela JBC. Essa onipresença demonstra como figuras do folclore japonês continuam alimentando narrativas contemporâneas, mesclando tradição e entretenimento global.
Imagem: Internet
Segundo Foster, o apelo duradouro do personagem reside em traços “genéricos” que permitem diversas interpretações. Transformar um invasor aparentemente cordial no tirânico Muzan evidencia como uma lenda pode ganhar novas camadas de crueldade e complexidade em mãos modernas.
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Crédito da imagem: Divulgação/Brigham Young University
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